Um reino poderoso, com estrutura hierárquica definida e uma cidade perfeitamente planejada, abrigando 50 mil habitantes.
Assim era Chan Chan há 600 anos, hoje um dos mais preciosos sítios arqueológicos do mundo. Somente mãos habilidosas poderiam erguer uma cidade de barro como a de Chan Chan, costa norte do Peru.
Próximo a Trujillo, Chan Chan foi a capital do Reino de Chimu, um dos mais poderosos da América do Sul, embora menos famoso que o Inca.
Em 1986 a Unesco declarou esta relíquia arqueológica um patrimônio cultural da humanidade.
E não é para menos: pelos cerca de 15km² nos quais se estende Chan Chan, há ruínas das edificações construídas em adobe, um material preparado com barro, palha e pedregulho, ideal para a região em que se localiza a cidade, quase sem chuvas.
Não por acaso, Chan Chan significa "Sol Sol". Mas a erosão, provocada pela ação do tempo, colocou o sítio arqueológico em outra lista, a dos patrimônios em perigo.
O auge do Reino Chimu aconteceu no século XIV. A cidade de Chan Chan dividia-se em dez partes muradas - chamadas cidadelas -, algumas com paredes de proteção de mais de 9 metros de altura.
Em cada cidadela havia templos religiosos piramidais, jardins, cemitérios, reservatórios e palácios para os reis e nobres.
Uma das histórias daquela época faz referência a jardins com plantas de ouro.
Fora do muro ficavam as casas mais modestas, para o povo.
O centro da cidade era o Templo de Tschudi, onde até hoje pode-se apreciar a Câmara do Conselho - local reservado a reuniões - e experimentar seu efeito acústico fantástico: basta sussurrar para se fazer ouvir. No século XV os Chimus foram dominados pelos Incas, deixando para a posterioridade ruínas de sua civilização.
Localização: Vale do Chimu, costa norte do Peru.
Maior Cidadela: Cerca de 20.500m².
Perigo: Em 1998, em razão do El Niño, uma chuva atípica castigou Chan Chan e medidas de emergência tiveram que ser tomadas.