A pesquisa que ajuda a compreender um pouco sobre os movimentos e as formações naturais do espaço, está na última edição da revista científica Nature.
A montagem da nossa galáxia pode ser reconstruída usando os movimentos e a química de estrelas individuais.
Nós demonstramos que o halo interno é dominado por detritos de um objeto que era infalivelmente mais massivo do que a Pequena Nuvem de Magalhães e ao qual nos referimos como Gaia-Enceladus.
Também teria sido responsável por moldar o seu disco, dando a ele uma certa forma inflada.
Quem descobriu e descreveu precisamente como ocorreu essa megafusão espacial foi a astrônoma Amina Helmi e sua equipe, todos cientistas da Universidade de Groningen, na Holanda.
As estrelas que se originam em Gaia-Enceladus cobrem quase todo o céu, e seus movimentos revelam a presença de correntes e trajetórias ligeiramente retrógradas e alongadas.
Com uma relação de massa estimada de quatro para um, a fusão da Via Láctea com Gaia-Enceladus deve ter levado ao aquecimento dinâmico do precursor do disco espesso galáctico, contribuindo assim para a formação desse componente aproximadamente dez bilhões de anos atrás.
Estas descobertas estão de acordo com os resultados das simulações de formação de galáxias, que preveem que o halo estelar interno deve ser dominado por detritos de apenas alguns progenitores maciços.
Já era um consenso no meio astronômico de que grandes galáxias, como a Via Láctea, sempre são a fusão de galáxias menores. Assim, a Via Láctea não poderia ser diferente: também é produto de pequenas fusões.Helmi se tornou obcecada pelo tema. Ao longo de sua carreira, a pesquisadora revirou os lugares conhecidos da Via Láctea, em busca de "fósseis" que pudessem auxiliar em sua pesquisa. A astrônoma lançou mão de dados como evolução, composição química, posição e trajetória das estrelas para compreender suas histórias. Com isso, é possível identificar as fusões que criaram o início da Via Láctea.
Missão Gaia
A Missão Espacial Gaia, da Agência Espacial Europeia, foi lançada em dezembro de 2013.
O satélite tem o objetivo de monitorar dados de estrelas, realizando medições de posição, de velocidade radial e de luzes.
A missão está desenvolvendo um mapa tridimensional das estrelas da Via Láctea, possibilitando a compreensão de sua formação.